quarta-feira, 24 de junho de 2015

OS IMIGRANTES EM PARANAPIACABA

Antigamente, os imigrantes que chegaram em Paranapiacaba tiveram de desmatar a mata  para o desenvolvimento da vila. Esse desmatamento da mata causou pontos positivos e pontos negativos:

Pontos Negativos: muitos animais foram afastados ou mortos de sua região de origem , houve a poluição da mata e o trabalho escravo


Pontos Positivos: graças ao desenvolvimento da Vila de Paranapiacaba (desenvolvimento tecnológico), foi possível a construção da segunda maior estrada de ferro do Brasil e a primeira de São Paulo, houve a urbanização da Vila, trocas de informações de cultura, mais ofertas de emprego e maior número de habitantes na região.
Os líquens são indicadores ambientais que indicam o ar puro. É uma associação entrefungos e algas em que as algas fornecem alimento ao fungo e o fungo fornece água e sais minerais a alga. Essa associação é chamada de Mutualismo.                                                                                                                      




Essa imagem mostra líquens em um tronco de uma árvore.










Além dos líquens, há as aranhas-aquáticas que mostra que a água esta pura e limpa.


O DESTINO FINAL DO LIXO:
O destino final do lixo em Paranapiacaba é a coleta seletiva.
 Esse tipo de destino final do lixo é importante para previnir a ploriferação de doenças.

RELAÇÕES ECOLÓGICAS:
Paranapiaaba é uma Vila que possuí uma área de proteção ambiental, possuí uma grande variedade de espécies, tanto na fauna quanto na flora e espécies endêmicas da região, ou seja, que só existem em Paranapiacaba. Temos como exemplo a Aranha de Paranapiacaba, que é um animal de estudo e os bagres de Paranapiacaba. Dos 100% da Mata Atlântica, só restam 8% que em 1500 cobria 80% de SP e 100% do RJ.  A maioria das espécies da Mata Atlântica é extinta pelo Habitat e suas espécies são endêmicas.

MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO:
Nessa mata, os animais que morrem, viram alimento aos fungos, deixando o solo mais rico em nutrientes.Um solo adequado deve possuir um pouco de cada um dos três tipos de solos: argiloso, arenoso e humífero. O solo da Mata Atlântica é muito raso (80 até 100m) e ácido. Esfágino é um musgo que está em extinsão e ele indica um solo ácido e úmido.


CURSO D' ÁGUA:
Os ingleses tiveram o cuidado de decantar a água. A decantação da água era ao ar livre. A água depois que passada por todo esse processo, era distribuída pelos canos que levavam a água às moradias. Quem cuidava da decantação era o Núcleo de Interpretação Olho d' Água. Hoje, milhões de pessoas sofrem com a falta de água potável. O Brasil abrange cerca de 18% de toda a água doce do mundo. Estima-se que a Terceira Guerra Mundial será causada pela falta de água doce.

AÇÃO ANTRÓPICA DA TRILHA:
Na trilha, existe espécies de animais, como a cobra coral: uma cobra coral com o nariz branco é uma cobra falsa e uma cobra coral com nariz preto é uma cobra verdadeira.
A trilha também está na área de proteção ambiental e nessa trilha há uma nascente de um rio.

ANIMAIS, VEGETAIS, FUNGOS E VESTÍGIOS

Em Paranapiacaba existem várias espécies de animais e vegetais, em que grande parte delas se localiza na trilha existente em Paranapiacaba. Vamos começar pelos fungos:

OS FUNGOS: são animais heterótrofos saprófitas (precisam buscar alimento na natureza), eucariontes (suas células não são organizadas de forma organizada), unicelulares ou pluricelulares (formados por uma ou mais células), reprodução assexuada por esporos e o que facilita a existência de fungos são os seguintes fatores: matéria orgânica, umidade, pouca luz e calor.





Nessa imagem podemos identificar uma orelha-de-pau, uma espécie de fungo












OS ANIMAIS: são animais heterótrofos (precisam buscar alimento na natureza),eucariontes (suas células não são organizadas de forma organizada), pluricelulares (são formados por várias células),reprodução sexuada (esse tipo de reprodução é vantajoso por causar variabilidade genética), presentes em vários ambientes e têm sensibilidade. Há animais que desovam seus ovos e animais que carregam seus ovos. Animal peconheto é o animal capaz de injetar veneno no corpo de outro animal e venenoso é que tem veneno.








Nessa imagem podemos identificar um pequeno sapo.





OS VEGETAIS: são seres autótrofos (produzem seu próprio alimento através da fotossíntese), pluricelulares (formados por várias células), eucariontes (suas células não são organizadas de forma organizada), reprodução assexuada por brotamento.

Ao longo das ruas de Paranapiacaba, existem várias espécies de flores em diferentes aspectos como: cor, textura tamanho e beleza. Observe as imagens de algumas flores:


      

                                                                               

INFORMAÇÕES

As construções de Paranapiacaba são patrimônios históricos, pois são tombados. A ferrovia de Paranapiacaba inicialmente se chamava SPR. Rail Way (caminho de trilhos). A parte alta era a parte portuguesa. O relógio de Paranapiacaba foi batizado de " Big Beng". Paranapiacaba é uma vila turística, recebe turistas diariamente. Os acidentes ecológicos mais antigos ocorreram no Brasil. O afastamento das placas tectônicas originou o caminho de Paranapiacaba. Muitas imigrantes vieram da Europa para trabalhar na ferrovia, principalmente Italianos, Japoneses, Holandeses e Espanhóis. Irineu e Barão de Maoa foram buscar tecnologia dos ingleses. Em Paranapiacaba, na parte da vila, a vegetação é de gramíneas e poucas árvores, com espécies de flores em seu caminho. O café é uma bebida africana. Um pirata trouxe o café para o Brasil, pois achava seu gosto interessante.

A ponte mais antiga de São Paulo é a de Paranapiacaba. Exitem vários tipos de ponte: ponte-seca = não se passa nenhum rio em baixo. ponte = passa um rio em baixo. passarela = pessoas passam na ponte. A SPR foi a primeira ferrovia de São Paulo e a segunda do Brasil. A SPR era a linha mais rendável do equador para baixo. O segundo cinema do Brasil está em Paranapiacaba.

MUSEU DO CASTELO

Essa residência, também denominada de "Castelinho", situa-se entre a Vila Velha e a Vila Martin Smith.
Localizada no alto de uma colina, com uma excelente vista privilegiada para toda a vila ferroviária, foi construída por volta de 1897 para ser a residência do engenheiro-chefe, que gerenciava o tráfego de trens na subida e descida da Serra do Mar, o pátio de manobras, as oficinas e os funcionários residentes na vila.
Sua imponência simbolizava a liderança e a hierarquia que os ingleses impuseram a toda a vila; ela é avistada de qualquer ponto de Paranapiacaba.
Dizia-se que de suas janelas voltadas para todos os lados de Paranapiacaba, o engenheiro-chefe fiscalizava a vida de seus subordinados, não hesitando em demitir qualquer solteiro que estivesse nas imediações das casas dos funcionários casados.
No decorrer de mais de um século de uso, foram feitas várias reformas e tentativas de recuperação de seu aspecto original; as maiores reformulações foram realizadas nas décadas de 1950 e 1960.
Foi restaurado pela prefeitura de Santo André em parceria com a World Monuments Fund.

MUSEU FUNICULAR

O Funicular de Paranapiacaba ou Elevador de Paranapiacaba foi um funicular que funcionou em Paranapiacaba, Santo André, Estado de São Paulo no Brasil construído para tracionar trens em uma subida a 796.600 metros de altitude, operou até a década de 1980 com a decida completa da serra sob jurisdição inicial da SPR São Paulo Railway, subsequentemente EFSJ Estrada de Ferro Santos Jundiaí, Companhia Paulista, FEPASA e RFFSA, e sob jurisdição da ABPF até 1994 com um passeio turístico até o 4° Patamar do Segundo Sistema. Todo o sistema foi construído pela empresa SPR que foi fundada da Inglaterra por Irineu Evangelista de Souza quando buscava verba para construção de ferrovias no Brasil, fundou com a verba de acionistas da Europa. Inicialmente o sistema foi utilizado para o transporte de café da cidade de Jundiaí ao porto de Santos. Hoje já não opera e faz parte do Museu Tecnológico Ferroviário do Funicular, mantido pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.




PRIMEIRO SISTEMA DO FUNICULAR 
Entrou em operação em 1867, onde 7,5Km de serra fora divididos em 4 patamares com a inclinação de 10 graus, operava com capacidade de carga de 60 toneladas, tracionadas pelas 4 máquinas fixas, 1 a cada patamar, e a composição rodante onde operava o maquinista chama se Serra Breque, que não possuía sistema de tração própria, funcionava com um sistema de contrapeso como nos elevadores, enquanto uma composição subia, a outra descia com peso equivalente puxando a que subia para cima, não foi usada para o transporte de passageiros, e foi muito utilizado como contrapeso a água que é abundante da região e era utilizada para abastecer as caldeiras ao longo da serra. Foi descontinuado em 1970 onde passava o leito original deu lugar ao sistema Cremalheira Aderência que entrou em operação em 1974.


SEGUNDO SISTEMA DO FUNICULAR
Com a alta demanda pela ferrovia em 1890 foi necessário a construção de uma nova linha, que ficava paralela a linha do primeiro sistema, e com umas atualizações que permitiram aumentar a capacidade de carga para 120 toneladas, sendo estas a divisão da serra em 5 patamares, a utilização de máquinas fixas maiores, e a composição rodante ganhou um motor a vapor, o que permitia com que ela fizesse manobras no pátio, também ganhou uma peça chamada tenaz que permitia que a composição engatasse sozinha no cabo, e recebeu o nome de Locobreque, e passou a utilizar um sistema parecido com o dos teleféricos onde o cabo passou a ser contínuo, por fim a decida da Serra que passou a ter 10,5Km fez com que a inclinação diminuir para 8 graus.

PÁTIO FERROVIÁRIO, ESTAÇÕES E RELÓGIO

São Paulo Railway inaugurou sua linha férrea em 1º de janeiro de 1867. Ela, primeiramente, serviu como transporte de passageiros; também serviu como escoamento da produção de café da província paulista para o porto de Santos. Em 1874, foi inaugurada a Estação do Alto da Serra, que, mais tarde, seria denominada Paranapiacaba.
No ano de 1898, foi erguida uma nova estação com madeira, ferro e telhas francesas trazidos da Inglaterra. Esta estação tinha, como característica principal, o grande relógio fabricado pela Johnny Walker Benson, de Londres, que se destacava no meio da neblina muito comum naquela região.
Pátio ferroviário de Paranapiacaba
Com o aumento do volume e peso da carga transportada, foi iniciada em 1896 a duplicação da linha férrea, paralela à primeira, a fim de atender à crescente demanda. Essa nova linha, também denominada de Serra Nova, era formada por 5 planos inclinados e 5 patamares, criando um novo sistema funicular. Os assim chamados novos planos inclinados atravessavam 11 túneis em plena rocha, enfrentando o desnível de 796 metros que se iniciava no sopé da serra, em Piaçaguera, no município de Cubatão. O traçado da ferrovia foi retificado e suavizado e ampliaram-se os edifícios operacionais. A inauguração deu-se em 28 de dezembro de 1901.
A primeira estação foi desativada e reutilizada, posteriormente, como cooperativa dos planos inclinados. A 15 de julho de 1945, a "Estação do Alto da Serra" passa a se denominar "Estação de Paranapiacaba". A 13 de outubro de 1946, a São Paulo Railway foi encampada pela União, criando-se a "Estrada de Ferro Santos-Jundiaí". Somente em 1950 a rede passa a unir-se à Rede Ferroviária Federal.
Em 1974, é inaugurada o sistema de cremalheira aderência. No ano de 1977, a segunda estação foi desativada, dando lugar à atual estação. O relógio foi transferido do alto da estação anterior para a base de tijolo de barro atual. A 14 de janeiro de 1981, ocorreu um incêndio na antiga estação, destruindo-a completamente. O sistema funicular foi desativado em 1982. Em 2010, o Correio fez lançamento de selo postal ostentando o patrimônio ferroviário de Paranapiacaba.

CLIMA E VEGETAÇÃO

CLIMA - O clima predominante da região é o subtropical de altitude (Cwa, segundo a classificação climática de Köppen, baseada em dados mensais pluviométricos e termométricos), com alta pluviosidade no verão, sem inverno seco, com chuvas se estendendo por todo o ano.

O Parque Estadual Intervales se localiza na região sul do Estado de São Paulo e recebe a influência, principalmente, de duas massas de ar, a Tropical Atlântica (predominante e constante, resonsável pela distribuição de chuvas) e a Polar Atlântica (responsável pelas quedas bruscas de temperatura) (Sano, 2007), sendo que boa parte de sua área engloba as encostas da Serra de Paranapiacaba com altas declividades, com altitudes chegando a 1.100 m.
Esse padrão de altas encostas funciona como uma barreira para o avanço das massas de ar provenientes do Sul do continente e do Oceano Atlântico, o que faz com que as nuvens sejam empurradas para o alto desses paredões se condensando, ocasionando assim, muita chuva e neblina (Ecotour, 2005). Essa característica microclimática ocasiona alta precipitação ao longo do ano, onde o total anual de dias chuvosos varia de 125 a 150 (Leonel e Silva, 2001), com médias de precipitações variando de 2000 a 3000 mm/ano e alta umidade relativa do ar que varia entre 65 e 100% (Ecotour, 2005).
As temperaturas médias anuais variam de 15ºC a 22ºC, respectivamente de inverno para verão (Saia, 2006). Nos meses mais frios, as temperaturas mínimas absolutas anuais chegam a -4°C nas altitudes mais elevadas, ocorrendo de um a cinco dias de geadas por ano (Leonel e Silva, 2001).
A complexidade das variações climáticas locais devem-se, principalmente às características da região, ou seja, devido às faces de exposição à radiação solar das montanhas, morros ou morrotes, mais frias na face sul e acentuadas nessas latitudes maiores à ação dos ventos, sendo os fundos de vales mais protegidos que as áreas entre as drenagens (interflúvios) e topos de montanhas à presença de neblina nas cotas mais altas de altitude, capaz de aumentar a quantidade de água disponível às drenagens, que favorecem maior umidade no solo e, em algumas circunstâncias permitem a penetração de luz nas suas margens, no interior das florestas e as variações bruscas de temperatura entre uma área e outra do parque são decorrentes da elevação altitudinal, quando há queda de aproximadamente 0,6°C na temperatura média anual, a cada 100m de elevação (Leonel e Silva, 2001).


VEGETAÇÃO - A cobertura vegetal predominante no Parque Estadual Intervales (PEI) é a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Pluvial Tropical), que necessita de muita água. Com árvores que atingem até 35 metros de altura, sua flora é rica e diversificada, com destaque para o cedro e canela, o palmito juçara, as epífitas, como bromélias e orquídeas, que vivem na sombra da floresta, e as lianas, que são os cipós.

A Floresta Ombrófila Densa é o mais exuberante dos ecossistemas da Mata Atlântica, com grande ocorrência de endemismo (espécies que só ocorrem nesta região) e os maiores índices de biodiversidade de todo o planeta.

É importante ressaltar que embora a vegetação do PEI apresente um exuberante vigor vegetativo, trata-se em sua maioria de Mata Secundária derivada de Floresta Ombrófila Densa Montana ou Submontana. (Extraído do panfleto informativo do PEI).




PARQUE NATURAL MUNICIPAL NASCENTES DE PARANAPIACABA

*Uma das estrategias mais eficientes para conservara biodiversidade é transformar áreas naturais remanescentes em Unidades de Conservação.

*Em 2002, a Prefeitura Municipal de Santo André adquiriu da Rede Ferroviária Federal S.A. a vila de Paranapiacaba e seu entorno, que foram uma gleba de terras 4.597.084 m², assim distribuídos:
-335.904,81 m² de área urbanizada e construída; 
-4.261.179,19 m² de área verde, onde foi criado o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba (PMSA, 2008).

*Área total do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba é de 426 ha (PMSA, 2008). As altitudes na região variam entre 850 a 1174 m, e o clima é classificado como tropical de altitude, mesotérmico superúmido, apesar de encontrar-se no domínio do climas subtropicais. 




HISTÓRIA DA VILA E DA FERROVIA

Paranapiacaba: 'lugar de onde se vê o mar', em tupi-guarani. Num dia claro, esta era a visão que tinham os povos indígenas que passavam por ali, depois de subir a Serra do Mar rumo ao planalto. No século XIX, naquele caminho íngreme utilizado pelos índios, desde os tempos pré-coloniais, seria construída uma estrada de ferro que mudaria a paisagem do interior paulista e ocasionaria a fundação da vila de Paranapiacaba.
O fator preponderante para a construção da Ferrovia Santos-Jundiaí foi a expansão do café, que chegou ao Rio de Janeiro no início do século XIX e logo se espalhou pelo vale do Rio Paraíba. A próxima região ocupada pela cultura cafeeira seria o oeste paulista, já bem no interior do estado. A partir daí, tornou-se urgente encontrar um meio de escoar o café com maior facilidade para o Porto de Santos. O mercado no exterior era certo, mas o produto levava dias de viagem em tropas de muares até o litoral.



Os primeiros estudos para a implantação da ferrovia começaram em 1835, mas foi apenas depois de 1850 que a ideia começou a sair do papel, graças ao espírito empreendedor do Barão de Mauá. Ele encontrou nos ingleses os parceiros ideais para executar o projeto. Além de ter interesses em dinamizar o fluxo de exportação e importação brasileiro, a Inglaterra detinha uma vasta experiência na construção de ferrovias, utilizando a tecnologia da máquina a vapor - algo imprescindível para vencer as dificuldades técnicas impostas pelo desnível de 796 metros entre o topo da serra e o litoral. Em 26 de abril de 1856, a recém-criada empresa inglesa São Paulo Railway Co. recebia, por um decreto imperial, a concessão para a construção e exploração da ferrovia por 90 anos.
As obras tiveram início em 1860, comandadas pelo engenheiro inglês Daniel M. Fox. Dadas as características extremamente íngremes do trecho da serra, optou-se pela adoção do chamado sistema funicular: o percurso foi dividido em quatro planos inclinados, cada um com uma máquina fixa a vapor que tracionava as composições através de cabos de aço.

A vila de Paranapiacaba era inicialmente apenas um acampamento de operários. Depois da inauguração da ferrovia, em 1867, houve a necessidade de se fixar parte deles no local para cuidar da manutenção do sistema. Assim, construiu-se a Estação Alto da Serra, que também foi o primeiro nome dado ao lugarejo. Por causa da sua localização, último ponto antes da descida da serra, a vila começou a ganhar importância. Também nesta época foi fundada, em torno da estação São Bernardo, a futura cidade de Santo André, à qual a vila de Paranapiacaba pertence hoje.
Enquanto isso, a ocupação no interior do estado se consolidava, graças à estrada de ferro. O comércio e a produção agrícola aumentaram significativamente. Em pouco tempo já era preciso duplicar a ferrovia.

A partir de 1896, começaram as obras. Paralelamente aos trabalhos de duplicação, a vila também sofreria modificações. No alto de uma colina, os ingleses construíram a casa do engenheiro-chefe, chamada de Castelinho, de onde toda a movimentação no pátio ferroviário poderia ser observada. Na mesma época, foi erguida a Vila Martim Smith, com casas em estilo inglês, de madeira e telhados em ardósia, para servir de moradia aos funcionários da empresa. Em 1900, o novo sistema de planos inclinados é inaugurado, recebendo o nome de Serra Nova.
Do outro lado da estrada de ferro, a Parte Alta de Paranapiacaba, que não pertencia à companhia, seguia padrões arquitetônicos diversos daqueles da vila inglesa. A área começou a ser ocupada por comerciantes para atender os ferroviários já na década de 1860. Ali também moravam os funcionários aposentados, que não poderiam mais usar as casas cedidas pela empresa.
Até meados da década de 40, os moradores viviam ali como uma grande família. A vila era bem cuidada, com ruas arborizadas e casas pintadas. O clube União Lira Serrano era o centro de uma intensa atividade sócio-cultural: bailes, jogos de salão, competições esportivas, encenações teatrais, exibições de filmes e concertos da Banda Lira. Outro importante ponto de encontro, para fechar um negócio ou conversar sobre política e futebol, era a Estação. Nas noites de sábados e domingos, moços e moças bem alinhados, interessados em namorar, caminhavam pelas plataformas largas, como relata João Ferreira, antigo morador da vila.
Em 1946, termina o período de concessão da São Paulo Railway Co. e todo seu patrimônio é incorporado ao da União. Este fato é apontado pelos antigos moradores como o início da decadência da vila. Com a desativação parcial do sistema funicular, na década de 70, mais um golpe: parte dos funcionários é dispensada ou aposentada e outros são contratados, para cuidar do novo sistema de transposição da serra - a cremalheira-aderência.

Nos anos 1980, depois de várias denúncias na imprensa sobre a deterioração da vila, é criado o Movimento Pró-Paranapiacaba. Em 1986, a Rede Ferroviária entregou restaurados o sistema funicular entre o 4° e o 5° patamares e o Castelinho. No ano seguinte, o núcleo urbano, os equipamentos ferroviários e a área natural de Paranapiacaba foram tombados pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Paranapiacaba é um distrito do município de Santo André, no estado de São Paulo, no Brasil. Surgiu como centro de controle operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa de trens São Paulo Railway, companhia esta que operava a estrada de ferro que realizava o transporte de cargas e pessoas do interior paulista para o porto de Santos e vice-versa.